Como identificar a neurodivergência na criança?
Na neurodiversidade, as pessoas que apresentam o que terminologicamente se conhece como os transtornos do neurodesenvolvimento comumente definidas pela área da saúde, são geralmente identificadas como pessoas atípicas, sendo os que não têm tais diagnósticos as pessoas típicas. A utilização das terminologias típico e atípico pode ser observada com uma fundamentação no paradigma da neurodiversidade ainda é muito recente no nosso país. (ANDRADE VIANA, MANRIQUE; 2023).
Quais os sinais de uma criança neuroatípica?
É possível observar os sinais de alerta desde cedo e, para isso, é preciso observar se o bebê ou a criança apresenta algum comportamento diferente do esperado para sua idade. Observando a presença destes sinais na criança, é possível dar início aos acompanhamentos e tratamentos necessários, a fim de garantir qualidade de vida para ela.
Os sinais de alerta para uma criança ser considerada neuroatípica podem variar dependendo do tipo de transtorno do neurodesenvolvimento envolvido. No entanto, baseando nos critérios diagnósticos do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - DSM-5 (DSM V), alguns destes sinais de alertas comuns podem incluir:
- 1 - Dificuldades de comunicação, como atraso na fala, falta de resposta ao nome, problemas para entender conversas ou expressar ideias;
- 2 - Dificuldades sociais, como evitar contato visual, não responder a sorrisos ou outras expressões faciais, não brincar com outras crianças ou não compreender as regras sociais;
- 3 - Comportamentos repetitivos, como balançar o corpo, girar objetos, alinhar brinquedos ou insistir em rotinas específicas;
- 4 - Sensibilidades sensoriais, como não tolerar certos sons, texturas ou luzes, ou ter reações extremas a estímulos sensoriais;
- 5 - Problemas de atenção, como dificuldade em se concentrar, esquecer tarefas ou distrair-se facilmente;
- 6 - Comportamentos hiperativos e impulsivos, como agitação excessiva, movimentos incessantes ou falar excessivamente.
Nos casos de bebês neuroatípicos, os sinais são especialmente notados por meio de dificuldades de socialização e atraso na aprendizagem. O tempo para começar a responder ao nome, rolar, engatinhar, caminhar, falar, pode variar de criança para criança. No entanto, é importante observar e fazer sempre o acompanhamento com profissionais qualificados (especialista), como um pediatra ou um neurologista infantil.
E, devido à grande potencialidade de desenvolvimento e neuroplasticidade dos bebês, recomenda-se que os pais estejam atentos e busquem formas de intervenção e estimulação constantes em casa, a qualquer sinal de atraso do desenvolvimento, orientados por profissionais da área da saúde especializados na temática da neurodivergência: psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e etc.
Bibliografia
ANDRADE VIANA, E. de .; MANRIQUE, A. L. . A neurodiversidade na formação de professores: reflexões a partir do cenário de propostas curriculares em construção no Brasil. Boletim GEPEM, [S. l.], n. 76, p. 91–106, 2020. Disponível em: https://periodicos.ufrrj.br/index.php/gepem/article/view/199. Acesso em: 3 out. 2023.
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION - APA. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. Porto Alegre: Artmed, 2014.